ARCADISMO – SÉC. XVIII
1. ORIGEM DO ARCADISMO NO BRASIL: VILA RICA
2. O ENORME CRESCIMENTO DESSAS CIDDES FAVORECIA TANTO À DIVULGAÇÃO DE IDÉIAS POLÍTICAS QUANTO AO FLORESCIMENTO DA LITERAURA.
3. JOVENS VÃO ESTUDAR EM COIMBRA.
4. TROUXERAM AS IDÉIAS DO MARQUÊS DE POMBAL, ADEPTO DO ILUMINISMO.
5. EM VILA RICA, ESSAS IDÉIAS E A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS ( 1789 ) CULMINARAM NA Inconfidência Mineira ( 1789 )
6. Ao mesmo tempo que os autores seguiam o padrão das poesias importadas de Portugal, apresentavam aspectos diferentes nas suas poesias:
a) A natureza nas poesias de Cláudio Manoel da costa era mais bruta e selvagem.
b) O mito do “homem natural” era a figura do índio.
c) Os sentimentos expressos nas poesias de Tomás Antônio Gonzaga e Silva Alvarenga eram mais espontâneas, menos convencional.
7. A POESIA LAUDATÓRIA OU ECOMIÁSTICA FOI MUITO PRATICADA NO SÉCULO xviii
8. AINDA EXISTIA NO SÉCULO XVIII FORTE INFLUÊNCIA DO BARROCO.
9. PARTICIPARAM DO GRUPO INCONFIDENTE: TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA, ALVARENGA PEIXOTO E CLÁUDIO MANOEL DA COSTA.
AUTORES
CLÁUDIO MANOEL DA COSTA ( 1729 – 1789 ) – 1. PSEUDÔNIMO – GLAUCESTE SATÚRNIO
2. ESTUDOU EM COIMBRA
3. TRABALHOU EM VILA RICA COMO ADVOGADO E ADMINISTRADOR.
4. ENVOLVEU-SE NA INCONFIDÊNCIA MINEIRA.
5. FOI ENCONTRADO MORTO NA PRISÃO.
6. LIDEROU O GRUPO DE ESCRITORES ÁRCADES MINEIROS.
7.SEUS SONETOS TEM MUITA AFINIDADE COM A LÍRICA DE CAMÕES.
Quando cheios de gosto, e de alegria
Quando cheios de gosto, e de alegria
Estes campos diviso florescentes,
Então me vêm as lágrimas ardentes
Com mais ânsia, mais dor, mais agonia.
Aquele mesmo objeto, que desvia
Do humano peito as mágoas inclementes,
Esse mesmo em imagens diferentes
Toda a minha tristeza desafia.
Se das flores a bela contextura
Esmalta o campo na melhor fragrância,
Para dar uma idéia da ventura;
Como, ó Céus, para os ver terei constância,
Se cada flor me lembra a formosura
Da bela causadora de minha ânsia?
Estes campos diviso florescentes,
Então me vêm as lágrimas ardentes
Com mais ânsia, mais dor, mais agonia.
Aquele mesmo objeto, que desvia
Do humano peito as mágoas inclementes,
Esse mesmo em imagens diferentes
Toda a minha tristeza desafia.
Se das flores a bela contextura
Esmalta o campo na melhor fragrância,
Para dar uma idéia da ventura;
Como, ó Céus, para os ver terei constância,
Se cada flor me lembra a formosura
Da bela causadora de minha ânsia?
Vocabulário:
Constância: firmeza, ânimo.
Contextura: ligação, firmeza.
Divisar: avistar.
Inclementes: severas, rigorosas.
Ventura: sorte, felicidade.
Já rompe, Nise, a matutina aurora
O negro manto, com que a noite escura,
Sufocando do Sol a face pura,
Tinha escondido a chama brilhadora.
O negro manto, com que a noite escura,
Sufocando do Sol a face pura,
Tinha escondido a chama brilhadora.
INVERSÃO NA ORDEM DIRETA QUE É:
Nice, a matutina aurora já rompe o negro manto com que a noite escura tinha escondido a chama brilhadora, sufocando a face pura do Sol.
Metáforas: negro manto_ noite
Chama brilhadora _ sol
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA ( 1744 – 1810 )
1. NASCEU EM PORTO- PORTUGAL.
2. ESTUDOU EM COMBRA.
3. ENVOLVEU-SE COM A JOVEM MARIA DOROTÉIA SEIXAS. ( MARÍLIA ).
MARÍLIA DE DIRCEU
Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro,
2 fui honrado pastor da tua aldeia;
3 vestia finas lãs e tinha sempre
4 a minha choça do preciso cheia.
5 Tiraram-me o casal e o manso gado,
6 nem tenho a que me encoste um só cajado.
2 fui honrado pastor da tua aldeia;
3 vestia finas lãs e tinha sempre
4 a minha choça do preciso cheia.
5 Tiraram-me o casal e o manso gado,
6 nem tenho a que me encoste um só cajado.
7 Para ter que te dar, é que eu queria
8 de mor rebanho ainda ser o dono;
9 prezava o teu semblante, os teus cabelos
10 ainda muito mais que um grande trono.
11 Agora que te oferte já não vejo,
12 além de um puro amor, de um são desejo.
8 de mor rebanho ainda ser o dono;
9 prezava o teu semblante, os teus cabelos
10 ainda muito mais que um grande trono.
11 Agora que te oferte já não vejo,
12 além de um puro amor, de um são desejo.
13 Se o rio levantado me causava,
14 levando a sementeira, prejuízo,
15 eu alegre ficava, apenas via
16 na tua breve boca um ar de riso.
17 Tudo agora perdi; nem tenho o gosto
18 de ver-te ao menos compassivo o rosto.
14 levando a sementeira, prejuízo,
15 eu alegre ficava, apenas via
16 na tua breve boca um ar de riso.
17 Tudo agora perdi; nem tenho o gosto
18 de ver-te ao menos compassivo o rosto.
......................
Ah! minha bela, se a fortuna volta,
26 se o bem, que já perdi, alcanço e provo,
27 por essas brancas mãos, por essas faces
28 te juro renascer um homem novo,
29 romper a nuvem que os meus olhos cerra,
30 amar no céu a Jove e a ti na terra!
26 se o bem, que já perdi, alcanço e provo,
27 por essas brancas mãos, por essas faces
28 te juro renascer um homem novo,
29 romper a nuvem que os meus olhos cerra,
30 amar no céu a Jove e a ti na terra!
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Nas noites de serão nos sentaremos 50 cos filhos, se os tivermos, à fogueira:
51 entre as falsas histórias, que contares,
52 lhe contarás a minha, verdadeira.
53 Pasmados te ouvirão; eu, entretanto,
54 ainda o rosto banharei de pranto.
55 Quando passarmos juntos pela rua,
56 nos mostrarão co dedo os mais pastores,
57 dizendo uns para os outros: - Olha os nossos
58 exemplos da desgraça e sãos amores.
59 Contentes viveremos desta sorte,
60 até que chegue a um dos dois a morte.
56 nos mostrarão co dedo os mais pastores,
57 dizendo uns para os outros: - Olha os nossos
58 exemplos da desgraça e sãos amores.
59 Contentes viveremos desta sorte,
60 até que chegue a um dos dois a morte.
VOCABULÁRIO:
CASAL: SÍTIO, PEQUENA PROPRIEDADE RURAL.
CHOÇA: HABITAÇÃO HUMILDE
COSIDO: COSTURADO.
JOVE: PAI DOS DEUSES NA MITOLOGIA ROMANA, CONHECIDO TAMBÉM COMO JÚPITER
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